Neuromodulação para depressão na gravidez

A neuromodulação não invasiva é uma modalidade terapêutica eficaz e segura para o tratamento da depressão pós-parto leve a grave. Seja como terapia principal ou complementar, é indicada, principalmente, para os casos em que a mãe não apresenta resultados satisfatórios com o tratamento convencional, antidepressivos são contra-indicados ou provocam efeitos colaterais, ou ainda quando a paciente prefere abordagens mais naturais.
Neste post, você vai saber:

O que é Neuromodulação Não Invasiva?

A neuromodulação não invasiva é um conjunto de técnicas que alteram a atividade cerebral sem a necessidade de procedimentos cirúrgicos. No contexto da depressão na gravidez, duas técnicas principais têm se destacado:

A Estimulação Magnética Transcraniana utiliza campos magnéticos para estimular áreas específicas do cérebro, especialmente aquelas envolvidas na regulação do humor.

O uso da EMT para o tratamento de depressão foi aprovado pelo FDA em 2008. No Brasil, o Conselho Federal de Medicina (CFM) autorizou o uso da EMT em 2012 para tratar depressão unipolar e bipolar, além de alucinações auditivas na esquizofrenia. 

A Estimulação Transcraniana por Corrente Contínua aplica uma corrente elétrica de baixa intensidade através do couro cabeludo para modular a atividade neural de áreas cerebrais subjacentes, ajudando a aliviar os sintomas depressivos.

Quando recorrer à Neuromodulação não invasiva para tratar depressão na gravidez?

O tratamento da depressão Neuromodulação não invasiva é indicado nos seguintes casos:

  • Resistência ao tratamento

Quando tratamentos convencionais como psicoterapia e medicação não produzem resultados satisfatórios. Pacientes que não respondem adequadamente aos antidepressivos tradicionais são candidatas ideais para neuromodulação.

  • Efeitos colaterais ou contraindicação medicamentosa

Algumas mulheres experimentam efeitos colaterais intoleráveis ou têm contraindicações ao uso de antidepressivos em função da amamentação, hipersensibilidade à composição do medicamento ou condições médicas específicas. A neuromodulação não invasiva é uma alternativa eficaz sem os efeitos colaterais sistêmicos associados aos medicamentos.

  • Preferência da paciente

Há pacientes que preferem evitar medicamentos devido ao histórico de dependência ou simplesmente têm preferência por tratamentos não farmacológicos. A neuromodulação pode ser uma escolha adequada para essas mulheres, oferecendo uma abordagem eficaz sem o uso de drogas.

  • Complemento a outros tratamentos

A neuromodulação também pode ser utilizada em conjunto com medicamentos e psicoterapia para potencializar os efeitos terapêuticos. Essa abordagem multimodal pode maximizar a resposta ao tratamento, proporcionando um alívio mais completo dos sintomas.

  • Depressão grave ou urgente

Em casos de depressão severa, onde há risco elevado de suicídio, agressão a si própria e ao bebê ou incapacidade funcional significativa, o psiquiatra do paciente pode optar pela neuromodulação,  que  proporciona uma resposta mais rápida em comparação com os antidepressivos, que podem levar semanas para mostrar efeitos.

Por que recorrer ao tratamento com Neuromodulação não invasiva para depressão na gravidez?

Os benefícios e vantagens apresentados por este tratamento incluem:

  • Ação direta e precisa nos circuitos neurais

A neuromodulação representa uma abordagem inovadora porque atua direta e precisamente nos circuitos neurais responsáveis pelos sintomas depressivos.

  • Segurança máxima

Diferentemente dos medicamentos, a neuromodulação não possui efeitos colaterais sistêmicos. Além disso, é compatível com a amamentação, ao contrário de alguns antidepressivos.

  • Não invasivo

Não requer procedimentos cirúrgicos, representando uma opção menos agressiva e mais natural de tratamento.

  • Eficácia e eficiência comprovadas

Estudos científicos demonstram que a neuromodulação não invasiva apresenta:

    • Início de resposta mais rápido que medicamentos
    • Menor taxa de recorrência
    • Melhora sustentada dos sintomas
    • Recuperação mais célere da função maternal
  • Personalização do tratamento

Cada protocolo é desenvolvido considerando:

    • Perfil neurobiológico individual
    • Intensidade dos sintomas
    • Histórico clínico específico
  • Impacto multidimensional

A neuromodulação não invasiva restaura:

    • Equilíbrio emocional
    • Capacidade de vinculação maternal
    • Funções cognitivas
    • Qualidade de vida
  • Outros benefícios

A neuromodulação não invasiva promove:

    • Restauração da plasticidade neural
    • Reequilíbrio de neurotransmissores
    • Recuperação da conectividade cerebral
    • Modulação da resposta ao estresse

Como é feito o tratamento?

Na Glia, o tratamento é conduzido da seguinte forma:

  • Avaliação inicial

Antes de iniciar o tratamento, a paciente passa por uma avaliação detalhada com o Neurologista para determinar a adequação da neuromodulação não invasiva ao seu caso. 

A avaliação inclui a revisão do histórico médico da paciente, buscando compreender não apenas os sintomas atuais, mas toda a trajetória gestacional e emocional. São analisados detalhadamente o período gravídico, as transformações físicas e psicológicas experimentadas, e o impacto atual dos sintomas depressivos na dinâmica maternal. É feita também uma análise multidimensional que inclui verificação da intensidade dos sintomas depressivos, possíveis contraindicações para o tratamento e, especialmente, o comprometimento do vínculo mãe-bebê. 

Caso a conclusão seja de que a neuromodulação não invasiva é adequada para a paciente em questão, médico e paciente determinam a técnica de neuromodulação a ser usada. Para obter informações específicas sobre elas, acesse os links EMT e ETCC.

  • Sessões do tratamento

Durante uma sessão, o paciente se senta confortavelmente enquanto o dispositivo de neuromodulação é posicionado próximo ao couro cabeludo. Dependendo da técnica utilizada, o dispositivo pode emitir pulsos magnéticos ou aplicar uma corrente elétrica de baixa intensidade para estimular áreas específicas do cérebro associadas à regulação do humor e à depressão. Cada sessão pode durar de 20 a 60 minutos.

  • Frequência e duração

A frequência e a duração exatas dependem da resposta individual da paciente e do protocolo específico utilizado, mas normalmente são realizadas de segunda a sexta-feira. Para a depressão pós-parto, um protocolo usual inclui sessões diárias durante 4 a 6 semanas.

  • Monitoramento e ajustes

O progresso da paciente é monitorado regularmente, e ajustes podem ser feitos no protocolo de tratamento conforme necessário para otimizar os resultados. Isso garante que o tratamento seja adaptado às necessidades individuais de cada paciente, especialmente considerando a variabilidade na resposta ao tratamento da depressão pós-parto.

  • Número de sessões recomendado

Em média, são recomendadas de 15 a 30 sessões para um tratamento eficaz da depressão pós-parto. A resposta ao tratamento pode variar, mas a maioria das pacientes começa a observar os primeiros resultados após a metade do tratamento.

  • Duração dos efeitos

Os efeitos do tratamento podem durar de vários meses a mais de um ano. Para prolongar os benefícios, algumas pacientes podem necessitar de sessões de manutenção periódicas. Isso é especialmente relevante no tratamento da depressão, onde a manutenção dos efeitos terapêuticos é crucial para prevenir recaídas.

  • Contraindicações

Nem todos podem se submeter à neuromodulação não invasiva. Mulheres com implantes metálicos ou dispositivos eletrônicos (como marcapassos) ou histórico de convulsões.

A contraindicação é absoluta nos casos em que há implantes metálicos na região a ser estimulada ou em epilepsia sem o devido controle.

A neuromodulação não invasiva é uma estratégia terapêutica inovadora no tratamento da depressão pós-parto. Ao promover a recuperação neurobiológica da paciente, com precisão e segurança, essa modalidade de terapia não apenas reduz os sintomas depressivos, mas restaura integralmente a funcionalidade maternal e o bem-estar emocional da paciente.

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