Brain fog: o que é?
Muitas mulheres, ao se aproximarem ou entrarem na menopausa, relatam uma experiência que descrevem como “névoa mental” ou brain fog. Essa sensação vai além de um simples esquecimento ocasional. Inclui dificuldades de concentração, lentidão no raciocínio, dificuldade em encontrar palavras e, claro, a perda de memória. Mas por que isso acontece?
Quais os sintomas?
Além da perda de memória, os sintomas de brain fog incluem dificuldades de concentração, lentidão no raciocínio e dificuldade em encontrar palavras.
Quais as causas?
A principal causa são as alterações hormonais, especialmente de estrogênio. O estrogênio desempenha um papel crucial na saúde cerebral. Ele afeta neurotransmissores, a formação de novas conexões neurais e o fluxo sanguíneo para o cérebro. Quando esses níveis diminuem, as funções cognitivas podem ser impactadas, manifestando-se como dificuldades de recordação e foco. Portanto, sim, há uma relação direta e bem estudada entre a menopausa e o esquecimento.
Outras possíveis causas, comuns a esta fase, são a privação do sono, o aumento do estresse e da ansiedade, e as ondas de calor (fogachos).
É menopausa ou algo mais grave?
Uma das maiores preocupações de quem experimenta lapsos de memória na menopausa é a possibilidade de estar desenvolvendo doenças neurodegenerativas, como o Alzheimer. É fundamental esclarecer que a perda de memória associada à menopausa é, na maioria dos casos, diferente do declínio cognitivo progressivo observado em demências.
As dificuldades cognitivas da menopausa tendem a ser leves, flutuantes e, de modo geral, reversíveis. Elas se manifestam mais como problemas de processamento de informações e agilidade mental, sem o impacto profundo na capacidade de realizar tarefas diárias que caracterizam quadros mais graves. Se você se preocupa com a distinção entre a “névoa mental” e um problema cognitivo mais sério, saiba que essa é uma dúvida válida e que um neurologista pode ajudar a fazer essa avaliação diferencial e um diagnóstico preciso.
A memória volta ao normal ou o brain fog é permanente?
Para a maioria das mulheres, as dificuldades de memória e concentração vivenciadas durante a menopausa tendem a melhorar após essa fase de transição hormonal, ou seja, na pós-menopausa. Não é uma condição permanente para a maioria, e a boa notícia é que o cérebro tem uma incrível capacidade de se adaptar. No entanto, o tempo e a intensidade da melhora podem variar de pessoa para pessoa.
Embora sua memória possa não retornar exatamente ao que era na juventude – pois o envelhecimento natural do cérebro também tem seu papel –, é possível recuperar grande parte da clareza mental e da funcionalidade cognitiva com as estratégias e cuidados adequados.
Como aliviar os sintomas do brain fog?
Existem diversas abordagens para diminuir os sintomas do brain fog e proteger a saúde mental:
- Terapia de Reposição Hormonal (TRH): Para algumas mulheres, a TRH pode ser uma opção eficaz. Ela pode ajudar a estabilizar os níveis hormonais e, consequentemente, melhorar a função cognitiva. No entanto, a decisão de iniciar a TRH deve ser cuidadosamente avaliada com seu médico, considerando seu histórico de saúde.
- Estilo de Vida Saudável:
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- Alimentação: Uma dieta rica em ômega-3, antioxidantes (presentes em frutas, vegetais e grãos integrais) e vitaminas do complexo B é fundamental para a saúde cerebral.
- Exercício Físico: Atividades físicas regulares aumentam o fluxo sanguíneo para o cérebro, estimulam o crescimento de novas células cerebrais e melhoram a cognição.
- Sono de Qualidade: Priorize o sono. A privação do sono piora significativamente a névoa mental. Crie uma rotina de sono e um ambiente propício para o descanso.
- Controle do Estresse: Práticas como meditação, yoga e mindfulness podem ajudar a gerenciar o estresse, um grande inimigo da concentração e da memória.
- Exercícios Cerebrais e Estímulo Cognitivo: Manter o cérebro ativo com novos aprendizados, leituras, jogos de raciocínio, quebra-cabeças ou aprender uma nova habilidade pode fortalecer as conexões neurais.
- Suplementos: Embora existam muitos suplementos comercializados para a memória, é importante conversar com um médico antes de iniciar qualquer um. A eficácia de muitos não é cientificamente comprovada, e alguns podem interagir com medicamentos.
Perguntas relacionadas
Como diminuir o impacto do esquecimento na menopausa, no dia a dia?
A perda de memória nesta fase pode afetar o trabalho, a capacidade de aprendizado e até os relacionamentos. A frustração de esquecer compromissos, nomes ou simplesmente não conseguir se concentrar em uma leitura pode ser enorme. Mas é possível gerenciar e minimizar esse impacto.
- Organização: Utilize agendas, aplicativos de lembrete e listas. Anote tudo que for importante.
- Rotina: Mantenha uma rotina diária consistente para atividades importantes.
- Pausas: Se estiver trabalhando ou estudando, faça pequenas pausas para dar um respiro ao cérebro.
- Comunicação: Informe pessoas próximas sobre suas dificuldades para que possam oferecer apoio e compreensão. Você não está fingindo ou sendo descuidada; é um sintoma real.
Conclusão
A relação entre menopausa e esquecimento é real e pode ser desafiadora. Contudo, compreender suas causas hormonais e adotar estratégias eficazes pode trazer grande alívio. Não encare essa fase como um problema insolúvel; veja-a como um convite para cuidar ainda mais de si. A Glia Neurologia e Neuromodulação está aqui para oferecer o suporte e as soluções que você precisa para navegar por essa transição com mais clareza mental e qualidade de vida.