As Neuropatias Periféricas são um espectro de distúrbios que afetam os nervos fora do cérebro e da medula espinhal, e impactam a vida de 2,4% da população mundial mais jovem e de 8% na mais velha.
Nesta página, conheça as principais informações a condição.
As neuropatias periféricas referem-se a um amplo conjunto de doenças que geram disfunção dos nervos periféricos. Os sintomas podem variar amplamente, desde dor, formigamento, fraqueza muscular até disfunções mais graves como paralisia ou insensibilidade.
Existem vários tipos diferentes de neuropatias periféricas, cada uma com suas próprias características distintas. Os tipos mais comuns são:
A neuropatia diabética é uma complicação comum da diabetes e é causada pelo dano aos nervos devido a níveis elevados de glicose no sangue ao longo do tempo. Existem dois tipos principais de neuropatia diabética: neuropatia periférica, que afeta os nervos das extremidades, e neuropatia autonômica, que afeta os nervos que controlam funções involuntárias, como digestão, frequência cardíaca e pressão arterial.
A neuropatia alcoólica é causada pelo consumo excessivo e prolongado de álcool, que pode danificar os nervos periféricos. Os sintomas podem incluir dor, dormência, formigamento e fraqueza nas extremidades, bem como disfunção autonômica.
A neuropatia compressiva ocorre quando os nervos são comprimidos ou pinçados por estruturas circundantes, como músculos, ossos ou tecidos. Exemplos incluem síndrome do túnel do carpo (compressão do nervo mediano no punho) e síndrome do túnel do tarso (compressão do nervo tibial posterior no tornozelo).
Existem várias formas de neuropatias periféricas hereditárias, incluindo a síndrome de Charcot-Marie-Tooth (CMT), a neuropatia sensitiva hereditária (HSN) e a neuropatia autonômica hereditária.
Alguns medicamentos e substâncias tóxicas podem causar danos aos nervos periféricos. Exemplos incluem certos antibióticos (como aminoglicosídeos), quimioterápicos, medicamentos antirretrovirais, metais pesados, solventes industriais e pesticidas.
Condições autoimunes, como síndrome de Guillain-Barré, polineuropatia inflamatória crônica desmielinizante (CIDP) e vasculite, podem causar inflamação dos nervos periféricos, resultando em danos e sintomas de neuropatia.
Certas condições metabólicas, como doença renal, doença hepática, hipotireoidismo e deficiências nutricionais (especialmente de vitaminas B) podem causar neuropatia periférica devido a alterações nos processos metabólicos que afetam a saúde dos nervos.
Lesões físicas, como traumas, fraturas ósseas, lesões por esmagamento ou compressão nervosa, podem danificar diretamente os nervos periféricos, resultando em sintomas de neuropatia.
As neuropatias periféricas são causadas por uma variedade de fatores que afetam os nervos periféricos, os quais se estendem para fora do cérebro e da medula espinhal e se ramificam por todo o corpo, transmitindo sinais entre o cérebro e a medula espinhal e os músculos, órgãos e tecidos periféricos. Algumas das causas mais comuns são:
A neuropatia diabética é uma complicação comum da diabetes e é causada pelo dano aos nervos devido a níveis elevados de glicose no sangue ao longo do tempo. A hiperglicemia crônica danifica os pequenos vasos sanguíneos que suprem os nervos, comprometendo sua função.
Lesões traumáticas, como fraturas ósseas, compressão nervosa ou lesões por esmagamento, podem danificar diretamente os nervos periféricos. Isso pode ocorrer como resultado de acidentes automobilísticos, quedas ou lesões esportivas.
Infecções virais ou bacterianas podem causar neuropatia periférica. Exemplos incluem herpes zoster (cobreiro), HIV, hepatite C e doença de Lyme (causada por picadas de carrapatos).
A exposição a substâncias tóxicas, como metais pesados, solventes industriais, pesticidas e certos medicamentos, pode causar danos aos nervos periféricos. Isso pode ocorrer em ambientes de trabalho ou por uso indevido de substâncias.
Deficiências de vitaminas essenciais, como vitamina B12, ácido fólico e vitamina B6, podem levar a danos nos nervos periféricos. Essas vitaminas são fundamentais para a saúde dos nervos e sua falta pode causar degeneração nervosa.
O consumo excessivo e prolongado de álcool pode causar neuropatia periférica, devido ao efeito tóxico do álcool nos nervos. A neuropatia alcoólica é comum em alcoólatras crônicos e pode ser irreversível em estágios avançados.
Condições autoimunes, como artrite reumatoide, lúpus e síndrome de Sjögren, podem causar inflamação dos nervos periféricos. Essa inflamação pode levar a danos nos nervos e sintomas de neuropatia periférica.
Outras causas menos comuns de neuropatia periférica incluem tumores que pressionam os nervos, distúrbios genéticos, como a síndrome de Charcot-Marie-Tooth, e condições metabólicas, como insuficiência renal ou hepática.
Cada causa subjacente tem um mecanismo específico pelo qual danifica os nervos periféricos, podendo afetar um único nervo (mononeuropatia), múltiplos nervos em áreas distintas (mononeuropatia múltipla) ou muitos nervos simultaneamente (polineuropatia).
Os sintomas das neuropatias periféricas podem variar significativamente dependendo do tipo específico de neuropatia, da extensão do dano nervoso e dos nervos afetados. No entanto, existem alguns sintomas comuns que podem estar presentes em muitos casos de neuropatia periférica. São eles:
A dor é um dos sintomas mais comuns das neuropatias periféricas. Pode variar de leve a grave e pode ser descrita como queimação, formigamento, pontadas, choques elétricos, dor lancinante ou dor tipo câimbra. A dor pode ser constante ou intermitente e piorar à noite.
A dormência e o formigamento são sensações anormais que podem ser experimentadas nas mãos, nos pés ou em outras partes do corpo afetadas pela neuropatia. Isso ocorre devido à interferência na capacidade dos nervos de transmitir corretamente os sinais sensoriais ao cérebro.
A fraqueza muscular é outro sintoma comum das neuropatias periféricas. Isso pode tornar difícil levantar objetos, subir escadas, caminhar ou realizar outras atividades cotidianas.
Algumas pessoas com neuropatia periférica podem experimentar sensibilidade aumentada ao toque, conhecida como alodinia. Isso significa que até mesmo o toque leve pode causar dor intensa ou desconforto.
Em contraste com a sensibilidade aumentada, outras pessoas podem experimentar diminuição ou perda completa da sensação em áreas afetadas. Isso pode aumentar o risco de lesões e infecções, pois a pessoa pode não sentir dor ou desconforto em resposta a estímulos nocivos.
Danos aos nervos periféricos podem afetar a capacidade de uma pessoa de coordenar movimentos e manter o equilíbrio. Isso pode resultar em tropeços frequentes, quedas e dificuldade em realizar tarefas motoras finas.
Alguns indivíduos podem perceber mudanças na sensação de temperatura nas áreas afetadas pela neuropatia. Isso pode incluir sensações de calor ou frio excessivo, mesmo quando a temperatura ambiente é normal.
Em certos tipos de neuropatias periféricas, os nervos que controlam funções autônomas do corpo podem ser afetados. Isso pode levar a sintomas como alterações na pressão arterial, frequência cardíaca irregular, sudorese excessiva ou insuficiente, dificuldade em controlar a bexiga ou problemas gastrointestinais.
O diagnóstico clínico é crucial para a identificação adequada das neuropatias periféricas e envolve um exame físico detalhado e anamnese (história médica) do paciente. O médico avaliará os sintomas, a distribuição da dor, fraqueza ou perda sensorial, e realizará testes de função nervosa. Em casos selecionados exames complementares, como a eletroneuromiografia (ENMG), que mede a atividade elétrica dos músculos e a velocidade de condução dos nervos, e estudos de condução nervosa, podem auxiliar. Exames de sangue podem ser usados para detectar condições subjacentes como diabetes ou deficiências vitamínicas, alterações tiroideanas.
A perspectiva de cura para neuropatias periféricas depende de vários fatores, incluindo a causa subjacente da neuropatia, a extensão do dano nervoso, a resposta ao tratamento e a capacidade de controlar os sintomas. Em muitos casos, as neuropatias periféricas são crônicas e podem exigir gerenciamento a longo prazo para aliviar os sintomas e melhorar a qualidade de vida. No entanto, em alguns casos, especialmente se a causa subjacente for tratada com sucesso, é possível que a neuropatia periférica se resolva ou melhore significativamente.
O tratamento das neuropatias periféricas visa aliviar os sintomas, prevenir danos nervosos adicionais e melhorar a qualidade de vida da pessoa afetada. O plano de tratamento pode variar dependendo da causa subjacente da neuropatia, da gravidade dos sintomas e das necessidades individuais do paciente. Alguns dos tratamentos comuns para neuropatias periféricas são:
Os analgésicos podem ser prescritos para aliviar a dor associada à neuropatia periférica. Isso pode incluir analgésicos de venda livre, como paracetamol e anti-inflamatórios não esteroides (AINEs), ou medicamentos mais potentes, como antidepressivos tricíclicos (amitriptilina, nortriptilina), anticonvulsivantes (gabapentina, pregabalina) e opioides. É importante usar esses medicamentos sob orientação médica, pois alguns deles podem ter efeitos colaterais significativos e potencial de dependência.
A fisioterapia e a terapia ocupacional podem ajudar a melhorar a força muscular, a coordenação motora, o equilíbrio e a mobilidade em pessoas com neuropatia periférica. Os fisioterapeutas podem recomendar exercícios específicos, técnicas de alongamento, fortalecimento muscular e treinamento de equilíbrio para ajudar a melhorar os sintomas e prevenir lesões.
Algumas pessoas acham alívio dos sintomas da neuropatia periférica através de terapias complementares, como acupuntura, massagem terapêutica, acupressão, quiropraxia e biofeedback. Embora a eficácia dessas terapias varie de pessoa para pessoa, muitos indivíduos relatam benefícios no alívio da dor e no aumento do bem-estar geral.
Cremes, pomadas ou adesivos tópicos contendo agentes analgésicos, como capsaicina, lidocaína ou diclofenaco, podem ser aplicados na área afetada para ajudar a aliviar a dor e a sensibilidade.
Se a neuropatia periférica for causada por uma condição médica subjacente, como diabetes, deficiências nutricionais ou doenças autoimunes, é importante tratar e controlar essa condição para prevenir danos nervosos adicionais. Isso pode envolver o controle rigoroso dos níveis de glicose no sangue, suplementação de vitaminas ou imunossupressores, conforme indicado.
Fazer mudanças no estilo de vida, como adotar uma dieta saudável, fazer exercícios regularmente, evitar o consumo excessivo de álcool e parar de fumar, pode ajudar a prevenir a progressão da neuropatia periférica e reduzir os sintomas.
Dispositivos de apoio, como palmilhas ortopédicas, órteses, suportes para os pés e sapatos especiais, podem ajudar a melhorar o equilíbrio, a mobilidade e a prevenir lesões em pessoas com neuropatia periférica.
É importante ressaltar que o tratamento da neuropatia periférica é frequentemente multidisciplinar e pode exigir uma abordagem de longo prazo para alcançar resultados satisfatórios. Trabalhar em estreita colaboração com uma equipe médica especializada pode ajudar a desenvolver um plano de tratamento individualizado que atenda às necessidades específicas de cada paciente.
Precisa de tratamento para AVC?
Marque uma consulta na Glia Neurologia.
@ GLIA NEUROLOGIA E NEUROMODULAÇÃO. 2023